terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Treinando a memória para lembrar

Treinando a memória para lembrar


Melhor do que ter métodos de estudo com horários rígidos e metas de exercícios diárias, dizem os pesquisadores, é focar na eficiência da própria memória. É o que diz uma pesquisa feita pela Universidade de Purdue, nos EUA.
Treinando a memória para lembrar
“Nossa hipótese é que o aprendizado não é sobre estudar ou tirar o conhecimento que está na memória”, diz Jeffrey Karpicke, um dos autores do estudo. “Mas o importante é chegar a esse conhecimento, trazê-lo de volta à superfície. Então, o que devemos ter em mente é como fazer da prática de resgatar informações uma parte do processo de aprendizado.”
Educadores normalmente indicam que o aprendizado é calcado em programas de estudo elaborados, com rotinas e técnicas para codificar a informação e alocá-la na memória. Já o resgate de informações é basicamente sentar ao lado dos materiais de estudo e tentar se lembrar do que foi aprendido anteriormente.
“Em uma pesquisa inicial, nós chegamos à conclusão de que praticar o resgate de informações é um modo poderoso de melhorar o aprendizado”, explica Karpicke. “Agora nós pusemos os métodos de estudos tradicionais e a prática de recobrar informações usando ‘mapas mentais’ à prova.”
O chamado “mapa mental” é uma habilidade na qual os estudantes são convidados a construir, mentalmente, um diagrama, imaginando nós de conexão ou um conjunto de bolhas no espaço, e que inter-relacionem as ideias estudadas. Esses conceitos são então desenhados para que a pessoa codifique mais eficazmente a memória dessas informações.
Para averiguar a hipótese do estudo, Karpicke e sua equipe acompanharam a evolução da memória de aproximadamente 200 estudantes que estudavam textos de diferentes disciplinas científicas. Um dos grupos usava as técnicas de estudo baseadas em programas e horários mais rígidos, enquanto outros liam os textos e criavam mapas mentais. De início, ambos os grupos assimilaram quantidades de informações similares. Mas após uma semana do primeiro teste, o grupo que havia testado os mapas mentais mostrou ter, em média, uma retenção 50% superior à dos indivíduos dos grupos de estudo.
“Não há nada de errado com os métodos de estudos tradicionais, mas é preciso tentar novas práticas como o ‘resgate de informações’ na memória. E nosso desafio agora é desenvolver um método efetivo que possa se agregado à atividade de ensino. O que sabemos agora é que o método que testamos é um modelo poderoso que pode ajudar a melhorar o aprendizado de temas conceituais em ciências”, finaliza.
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