terça-feira, 22 de março de 2011

Triste estatística... Em SP, 23% acabam 2º ano sem ler e escrever

Em SP, 23% acabam 2º ano sem ler e escrever

Prova São Paulo mostra que 11 mil dos 48 mil avaliados não estavam alfabetizados

22 de março de 2011
    Ocimara Balmant - O Estado de S.Paulo

    Uma em cada quatro crianças das escolas municipais da cidade deSão Paulo termina o 2.º ano do ensino fundamental sem saber ler e escrever. Isso significa que, dos 48 mil avaliados no 2.º ano do ciclo 1, mais de 11 mil ainda não estavam alfabetizados.
    José Luis da Conceição/AE-21/5/2009
    José Luis da Conceição/AE-21/5/2009
    Meta. Plano Nacional de Educação estabelece que até 2022 todas as crianças estejam alfabetizadas até os 8 anos

    Os números são da Prova São Paulo, que avaliou 288 mil estudantes em novembro do ano passado. Apesar de mostrar um avanço em relação aos mesmos resultados de 2007 - quando a prova foi aplicada pela primeira vez e indicou que 39% dos alunos do 2.º ano do ciclo 1 não estavam alfabetizados -, o índice ainda é considerado ruim.
    Como todos os estudantes avaliados integram o modelo antigo de ensino fundamental (de oito anos e não nove), essas crianças do 2.º ano ainda não alfabetizadas já tinham 8 anos. Uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE) estabelece que, até 2022, toda criança terá de estar alfabetizada até 8 anos.
    "Toda escola de São Paulo quer alfabetizar todos os alunos. Não temos uma data estipulada, mas queremos atingir a meta antes do prazo estipulado pelo Ministério da Educação. O resultado da Prova São Paulo mostra que estamos indo bem: em três anos, avançamos 25%", afirmou o secretário municipal da Educação, Alexandre Schneider, se referindo aos resultados de 2007.
    Fraco. Para os especialistas, apesar da melhora, o índice atual ainda é muito ruim. "Se calibrarmos o nosso senso crítico, veremos que os números não são bons", diz Priscila Cruz, diretora executiva da ONG Todos pela Educação. "Estar alfabetizada é o direito de todas as crianças. Para esses estudantes que não foram incluídos, o tempo passou. Eles deixaram de aprender. Temos de ter total intolerância à desigualdade."
    Segundo o professor Ocimar Munhoz Alavarse, da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo (USP), os números são mais sérios quando se considera o patamar de São Paulo.
    "Não dá para achar bom um número que mostra que, na cidade mais rica do País, uma em cada quatro crianças termina o 2.º ano sem estar alfabetizada. Essa pesquisa mostra que há crianças que depois de três anos na escola ainda não sabem ler e escrever", afirma o educador.
    A prova. A avaliação com testes de língua portuguesa e matemática e uma questão de produção de textos foi aplicada a todos os alunos do ensino fundamental, exceto os do 1.º ano, e realizados por amostragem para os estudantes do 3.º, 5.º e 7.º anos.
    Todas as escolas receberam o resultado com o desempenho individual do aluno, o rendimento da classe e da turma, da própria escola, da Diretoria Regional de Educação onde o colégio está inserido e de toda a rede municipal de educação.
    Para a diretora executiva da ONG Todos Pela Educação, a divulgação dos resultados é positiva. "É muito bom que exista esse retorno para a comunidade escolar. Obter, mesmo em uma avaliação de larga escala, os dados relativos a cada aluno facilita no momento de traçar uma estratégia. A escola age sabendo exatamente onde está acertando e em quais pontos precisa implementar mudanças."
    Para Alavarse, o importante é que essas crianças sejam acompanhas. "Não é um trabalho fácil, porque a cidade tem muitas escolas e esses estudantes estão espalhados. Mas é preciso fazer um monitoramento sério para conhecer os casos mapeados e, por outro lado, evitar que isso ocorra com quem entra na rede agora."
    Quanto à questão de produção de texto, o professor defende que a avaliação seja feita com oficinas individuais aplicadas pelos professores caso a caso. "O problema quando se avalia produção textual é estabelecer um critério e, pior ainda, manter esse critério com o tempo."
    PARA LEMBRAR
    Na semana passada, resultados de outra avaliação revelaram o desempenho dos estudantes, desta vez do Estado de São Paulo. Dados do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) indicaram que 1.474 escolas - 29,1% da rede - não atingiram as metas da pasta e, portanto, ficarão sem o bônus por resultado. Em comparação com 2010, o índice de escolas que falharam triplicou. O Saresp é uma prova anual que avalia todas as escolas da rede estadual nos 3.º, 5.º, 7.º e 9.º anos do ensino fundamental e também no 3.º ano do ensino médio.
    FONTE: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110322/not_imp695345,0.php

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