quarta-feira, 4 de abril de 2012

Mastigação correta beneficia a saúde dos dentes e o sistema digestivo

Vejam que artigo interessante!
Fazemos tudo tão automaticamente, que esquecemos de dar atenção para coisas simples e que repetimos váááárias vezes ao dia!


Acompanhem: 

Movimentos verticais e de rotação de mandíbula são recomendados.
Mastigação incorreta pode causar problemas no tônus muscular.


Do G1, em São Paulo
Você já parou para analisar a maneira como você mastiga os alimentos? A mastigação é o primeiro processo da digestão e, se feita de maneira errada, pode causar diversos problemas. No Bem Estar desta terça-feira (3), a endocrinologista Cintia Cercato e a fonoaudióloga Adriana Bueno de Figueiredo explicaram e deram dicas para a mastigação correta.
O padrão ideal de mastigação, segundo a Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia, é a bilateral. Ela pode ser simultânea ou alternada, com movimentos verticais e de rotação de mandíbula. A mastigação correta beneficia o tônus muscular da boca e da língua, a saúde dos dentes e o bom funcionamento do sistema digestivo. Além disso, previne as alterações nas arcadas dentárias, os distúrbios da Articulação Temporomandibular (ATM) que podem causar dores crônicas de cabeça, fragmenta os alimentos de maneira correta, o que ajuda na digestão e aumenta a sensação de saciedade.
Existem vários motivos que levam a uma mastigação incorreta: correria do dia-a-dia, estresse, problemas odontológicos (má oclusão, mordida cruzada, sensibilidade, obturação desgastada), distúrbios na Articulação Temporomandibular (ATM), fraqueza dos músculos responsáveis pela mastigação, alterações morfológicas como cicatrizes nos lábios entre outros. Além disso, alterações respiratórias como rinite e desvio de septo, que causam obstrução da respiração nasal e exigem a respiração pela boca, também podem provocar a má mastigação.
Arte Mastigação Bem Estar (Foto: Arte/G1)
Nas crianças, o desenvolvimento da mastigação começa desde o primeiro dia de vida com a amamentação. A força que o bebê faz para sugar o leite trabalha o tônus muscular e é um importante estímulo para o desenvolvimento ósseo e para uma futura mastigação.
Facilitar a alimentação da criança mantendo por tempo muito prolongado a dieta pastosa, por exemplo, pode levar a conseqüências graves no futuro porque desequilibra o tônus muscular das estruturas moles como o lábio, a língua e as bochechas.
Este desequilíbrio pode levar a uma deformação das arcadas dentárias (como a mordida aberta ou cruzada) e pode também colaborar para uma alteração na conformação da face no caso de uma predisposição genética, além de levar a criança a ter problemas de fala como a incapacidade de articular determinados fonemas.
Nos adultos, a mastigação incorreta também pode provocar esse desequilíbrio, com conseqüências diretas na ATM, da qual as funções dependem do equilíbrio e da relação de forças entre vários músculos. Uma condição desfavorável ao trabalho desta articulação por tempo prolongado pode levar a um quadro de inflamação articular e a pessoa pode sentir dor localizada durante a mastigação e dores irradiadas de cabeça, cervicais e de ouvido. Também é muito comum nesses casos a presença de estalos e ruídos durante a mastigação ou zumbido nos ouvidos.
Outra conseqüência para o adulto é a má digestão que pode causar desconforto após as refeições com sensação de estômago muito cheio, dores abdominais, sonolência, arrotos, enjoos e até vômitos. Quando a mastigação é correta, a produção de saliva é mais eficiente e ajuda a formar um bolo alimentar mais coeso e fácil de ser deglutido. Quando isso não ocorre, precisamos da ajuda de líquidos como água, refrigerantes e sucos para "empurrar" a comida, o que também colabora para a má digestão.
Além disso, para a saciedade, é mais importante que o bolo alimentar seja mantido sobre os entres de trituração, o que aumenta a pressão interoclusal. A força mastigatória ativa os receptores dos ligamentos periodontais que enviam informações a um centro de saciedade no cérebro. Quando comemos muito rápido, não é possível realizar a mastigação corretamente, portanto a força mastigatória é menor ou inexistente, não há estimulo dos ligamentos periodontais e os receptores de saciedade não são ativados.
Erros mais comuns
Não mastigar e engolir o alimento quase inteiro
Fazer movimentos exclusivamente verticais com a mandíbula, o que significa que a mastigação é interrompida antes da fase de pulverização que exige os movimentos rotatórios
Não fechar os lábios para mastigar (não é só uma questão de estética: boca fechada auxilia a língua na manutenção do bolo sobre os dentes que trituram os alimentos)
Mastigar o tempo todo e todas às vezes do mesmo lado
 A manutenção do equilíbrio muscular das partes moles do sistema mastigatório é importante durante toda a vida, para prevenir futuros distúrbios que podem surgir após a terceira idade. A dificuldade de mastigar seja por falta de dentes, problemas com a prótese dentária ou fraqueza dos músculos da boca pode levar à desnutrição. Algumas pessoas deixam de comer carne, por exemplo, e podem ter anemia pela falta de ferro.
Na mastigação, cada dente tem sua função. Os incisivos (da frente) servem para cortar os alimentos; os pré-molares têm a função de triturar a comida e os molares (do fundo) servem para pulverizar o bolo alimentar. A língua ajuda a lateralizar os alimentos. A mandíbula precisa ter um movimento vertical e circular e a mastigação deve ser de forma alternada: ora de um lado ora de outro, não se deve mastigar só de um lado o tempo todo.
Na fase de abertura da boca, com a queda da mandíbula, há um relaxamento dos músculos levantadores e uma contração dos abaixadores. Em seguida, ocorre o fechamento da mandíbula com contração dos músculos levantadores e o relaxamento dos abaixadores. Neste momento, ocorre a fase oclusal, que é o golpe mastigatório propriamente dito.
A língua, as bochechas e os lábios são responsáveis pela escolha, transporte e distribuição das partículas maiores de alimento nas superfícies dos dentes. Esse desempenho depende da qualidade e consistência do alimento.
Os movimentos mandibulares são tridimensionais. Em uma visão frontal, a mandíbula desce para o lado que está sem o alimento (chamado de passivo) atingindo 2 cm de abertura e, em seguida, cruza a linha média para o lado que contém o alimento (chamado de ativo) e por fim eleva-se novamente, fechando a boca até atingir a posição cêntrica para fazer o golpe mastigatório.
Inicialmente, os movimentos mandibulares são apenas de abertura e fechamento, no sentido vertical. Após determinado nível de trituração, os movimentos mandibulares ocorrem de forma rotatória.
A fonoaudióloga Adriana Bueno de Figueiredo entrevistou 200 pessoas e separou 80 sem problemas odontológicos para analisar a mastigação de cada uma delas. Dessas 80, ela dividiu em dois grupos: 40 obesos e 40 com peso ideal. A pesquisa revelou que entre os obesos ocorreu um maior número de alterações funcionais. Eles mastigaram mais de um lado só, não fizeram a movimentação correta da mandíbula e tinham uma tonicidade menor dos lábios, das bochechas e da língua (acúmulo de gordura).
Um estudo que fez a análise da distribuição do alimento na cavidade oral em pessoas saudáveis com dentição natural e completa mostrou que 10% apresentam mastigação bilateral simultânea (realizada dos dois lados ao mesmo tempo), 75% a mastigação bilateral alternada (ora de um lado, ora do outro) e 15% possuem o padrão mastigatório exclusivamente unilateral direito ou esquerdo.
No vídeo ao lado, a a endocrinologista Cintia Cercato e a fonoaudióloga Adriana Bueno tiram as dúvidas dos internautas.
Para identificar uma mastigação errada ou ineficiente, é primordial que se dê atenção ao próprio bolo alimentar. Pedaços muito grandes de alimento, desconforto ou necessidade de utilização do líquido na hora de engolir já são sinais importantes de que a função não está sendo realizada corretamente. Outro fator importante é o desconforto ou dor durante a mastigação na região das bochechas ou da ATM. Estalos ou ruídos nos ouvidos também são sinais de que algo está errado.
Demorar muito tempo para mastigar não significa que a pessoa está mastigando bem. Muitas vezes a língua não coordena o alimento sobre os dentes para fazer a trituração e o bolo alimentar fica sendo jogado de um lado para o outro da boca até ser amolecido pela própria língua e engolido com dificuldade ou com auxílio de líquido.
Um exercício bem simples para fortalecer a musculatura envolvida na mastigação é fazer uma vitamina de frutas bem grossa, como a receita anti-TPM que o Bem Estar mostrou, e tomá-la com um canudinho bem fininho, de duas a três vezes por semana. Este procedimento exige força muscular dos lábios, da língua e das bochechas ao mesmo tempo.
Outra dica muito simples é procurar consumir alimentos menos cozidos como cenoura, beterraba, pepino ou brócolis para exigir mais da musculatura mastigatória. Mas atenção: pessoas com dores na região das bochechas ou da ATM não devem realizar estes procedimentos sem orientação prévia. Veja abaixo mais algumas dicas para a mastigação correta:
Dicas
- Coloque na boca uma quantidade de alimento que permita uma mastigação confortável
- Ao mastigar, preste atenção em qual lado está a comida. Após engolir, coloque a outra porção do alimento do outro lado
- É possível ter alimento dos dois lados da boca ao mesmo tempo. O mais importante é que a língua sempre deve direcionar o bolo alimentar para a superfície dos dentes correspondentes: pedaços maiores nos pré-molares e à medida que eles vão ficando menores são jogados para os molares
- A mastigação deve começar com movimentos verticais da mandíbula, que abre e fecha. A partir da metade do tempo da mastigação, os movimentos devem ser rotatórios para pulverizar o alimento
 

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